EMENTA: ICMS. ALÍQUOTA. AGUARDENTE DE CANA OU CANINHA, CLASSIFICADA NO CÓDIGO 2208.40.0200 DA NBM/SH. A ALÍQUOTA APLICÁVEL É DE 17% (DEZESSETE POR CENTO).

CONSULTA Nº: 08/96

PROCESSO Nº: UF05-10.508/95-3

01 - DA CONSULTA

A empresa acima identificada formula consulta sobre assunto relacionado com a aplicação de dispositivo da legislação tributária, esclarecendo que:

a) comercializa o produto denominado "Caninha 51", produzido por empresa estabelecida no Estado de São Paulo;

b) referido produto tem como classificação fiscal o código 2208.40.0200 (NBM/SH);

c) alguns clientes somente aceitam adquirir o produtos com alíquota de 17%, pois entendem que não se trata de produto "supérfluo";

d) neste último caso, emite o documento fiscal destacando 17% a título de ICMS, recolhendo a diferença de 8% considerando que é um produto com teor alcoólico.

Com base nestes esclarecimentos, indaga:

1) o referido produto é considerado supérfluo, apesar do código 2208.40.0200 não constar da lista dos supérfluos?

2) qual é o procedimento correto a ser adotado pela consulente por ocasião da venda?

02 - LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Lei n° 7.547/89, art. 24, II e § 2°, II, a.

RICMS-SC/89, art. 30, II.

03 - FUNDAMENTAÇÃO E RESPOSTA

A resposta às perguntas da consulente pode ser encontrada mediante a leitura atenta das disposições que regem a matéria, senão vejamos:

a) Lei n° 7.547/89, art. 24, III, e § 2°, II, "a":

"Art. 24 - As alíquotas do imposto são:

...................................................

III - 25% (vinte e cinco por cento), nas operações com energia elétrica e nas operações internas ou a consumidor final com produtos supérfluos;

...................................................

§ 2° - Para efeitos do disposto no inciso III do "caput" deste artigo, consideram-se supérfluos os seguintes produtos, conforme sua classificação NBM/SH, publicada no Diário Oficial da União, de 28 de novembro de 1988:

..................................................

II - .............................................

a) bebidas alcoólicas classificadas nos códigos 2204, exceto os de fabricação nacional, 2205, 2206 e 2208, exceto os códigos 2208.40.0200 e 2208.40.0300;

....................................... (grifos nossos)

b) RICMS-SC/89, art. 30, III, "b":

Art. 30 - As alíquotas do imposto são:

..................................................

III - 25% (vinte e cinco por cento):

a) ...............................................

b) nas operações internas ou a consumidor final com os produtos supérfluos, discriminados no Anexo II deste Regulamento, de acordo com as respectivas classificações na Nomenclatura Brasileira de Mercadorias, publicada no Diário Oficial da União de 28 de novembro de 1988, exceto os de produção nacional da posição 2204 (Leis n° 7.673, de 11.07.89 e n° 8.206, de 27.12.90);

..................................................

Como se observa, dentre os produtos considerados supérfluos, está expressamente excluído o produto comercializado pela consulente, objeto da presente.

A própria lista de produtos supérfluos consubstanciada no Anexo II ao RICMS-SC/89, não inclui aquele produto (aguardente de cana), dentre os sujeitos à alíquota de 25%.

Estando excluída dos produtos considerados supérfluos, a mercadoria objeto da consulta (Caninha 51 - aguardente de cana), enquadra-se por conseguinte, no disposto no art. 30, II, do RICMS- SC/89.

Destarte, responda-se à consulente, na mesma ordem em colocados os questionamentos que:

1) a aguardente de cana, classificada no código NBM/SH 2208.40.0200 não é considerado produto supérfluo pela legislação catarinense, e,

2) a consulente, ao comercializar este produto, deve emitir o documento fiscal com destaque de 17% (dezessete por cento) a título de ICMS.

É o parecer que submeto à Comissão.

Gerência de Tributação, em Florianópolis, 08 de fevereiro de 1996

João Carlos Kunzler

FTE - Matr. 184.221-8

De acordo. Responda-se à consulta nos termos do parecer acima, aprovado pela COPAT na sessão do dia 04/03/1996.

Renato Luiz Hinnig                      João Carlos Kunzler

Presidente da COPAT                  Secretário Executivo