ESTADO DE SANTA CATARINA |
SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA |
COMISSÃO PERMANENTE DE ASSUNTOS TRIBUTÁRIOS |
RESPOSTA CONSULTA 10/2025 |
N° Processo | 2470000032690 |
ICMS. COCO SECO. ISENÇÃO. NOS
TERMOS DO ARTIGO 2º, DO ANEXO 2, DO RICMS/SC, SÃO ISENTAS AS OPERAÇÕES COM COCO
SECO, DESDE QUE NÃO TENHA SIDO SUBMETIDO A QUALQUER PROCESSO DE RALAÇÃO, CORTE,
FATIAMENTO, TORNAMENTO OU DESCASCAMENTO.
A consulente, devidamente
inscrita no cadastro de contribuintes do ICMS em Santa Catarina, tendo como
atividade principal o comércio atacadista de frutas, verduras, raízes e
tubérculos, informa que comercializa o produto coco seco in natura (não ralado
e não cortado) e questiona se pode aplicar o benefício da isenção nos termos do
art. 2º, I, “e”, § 9º, do Anexo 2 do RICMS/SC.
Argumenta que, quando colhido, o
coco é inicialmente considerado coco verde, mas, ao ser armazenado em estoque,
enquanto aguarda a venda ser realizada, a casca seca naturalmente,
configurando-se como coco seco.
Esclarece que não realiza
nenhuma alteração no produto, como por exemplo, processos de ralação, corte,
fatiamento, torneamento, descascamento, desfolhamento, lavagem, higienização,
embalagem, resfriamento ou cozimento, e não há adição de quaisquer substâncias,
tampouco para conservação.
O processo foi analisado no
âmbito da Gerência Regional conforme determinado pelas Normas Gerais de Direito
Tributário de Santa Catarina, aprovadas pelo Dec. nº 22.586/1984. A
autoridade fiscal verificou as condições de admissibilidade.
RICMS-SC, aprovado pelo Decreto 2.870, de 27 de agosto de
2001, Anexo 2, art. 2º, I, “e”, § 9º.
O dispositivo que trata do
assunto se encontra disciplinado no Anexo 2 do RICMS/SC, nos seguintes termos:
“Art. 2º - São isentas as
seguintes operações internas e interestaduais:
I – a saída dos seguintes
produtos hortifrutícolas em estado natural, observado o disposto nos §§ 1º,
2º e 9º deste artigo (Convênios ICM 44/75 e 24/85,
ICMS 68/90, 17/93 e 124/93):
(...)
e) flores, frutas frescas
nacionais ou provenientes dos países membros da Associação Latino-Americana de
Integração - ALADI e funcho;
(...)
§ 9º A isenção prevista no
inciso I deste artigo alcança inclusive os referidos produtos hortifrutícolas
quando ralados, exceto coco seco, cortados, picados, fatiados, torneados,
descascados, desfolhados, lavados, higienizados, embalados ou resfriados, desde
que não sejam cozidos e não tenham adição de quaisquer outros produtos que não
os relacionados, mesmo que simplesmente para conservação.”
Nessa senda, ao se combinar o §
9º com o inciso I do caput, percebe-se que são isentas as operações com frutas
frescas, ainda que tenham sido raladas, exceto o coco seco, cortadas, picadas,
fatiadas, torneadas, descascadas, desfolhadas, higienizadas, embaladas ou
resfriadas, desde que não cozidas e não haja adição de quaisquer outros
produtos que não os relacionados, mesmo que simplesmente para conservação.
Logo, conclui-se que, nos termos
do artigo 2º do Anexo 2 do RICMS/SC, são isentas as operações como coco seco,
desde que não ralado, visto que tal forma de processamento do coco seco foi
expressamente excluída pelo legislador do benefício previsto neste dispositivo.
Ante o exposto, proponho que se
responda à consulente que são isentas as operações como coco seco in natura,
desde que não tenha sido submetido a qualquer processo de ralação, corte,
fatiamento, torneamento ou descascamento.
À superior
consideração da Comissão.
Nome | Cargo |
DILSON JIROO TAKEYAMA | Presidente COPAT |
FABIANO BRITO QUEIROZ DE OLIVEIRA | Gerente de Tributação |
NEWTON GONÇALVES DE SOUZA | Presidente do TAT |
CAROLINA VIEITAS KRAJNC ALVES | Secretário(a) Executivo(a) |
Data e Hora Emissão | 13/03/2025 14:50:08 |